Resenha: The Last Airbender (2010)

Eduardo Guerra
4 min readMar 18, 2017

Dirigido e escrito por M. Night Shyamalan, esta adaptação faz justiça, e é uma das melhores adaptações live action de um desenho animado, embora a grande maioria de quem está lendo esse artigo pense o contrário. Mas por quê? Vamos ver os lados positivos e negativos para chegar a um veredicto?

História principal: Ar, Água, Terra, Fogo. Quatro nações ligadas pelo destino quando a Nação do Fogo inicia uma guerra brutal contra as outras. Um século se passou sem esperança e sinal de mudança, apenas destruição. Entre coragem e combate, Aang (Noah Ringer) descobre que é o Avatar, o único que pode manipular os quatro elementos. Aang se junta à Katara (Nicola Peltz), uma dominadora de água, e seu irmão, Sokka (Jackson Rathbone), para restaurar o equilíbrio no mundo devastado pela guerra.

Os títulos de abertura do filme é bem apresentado, mas a tentativa de levar a abertura do desenho para o live action não deu muito certo, e brega, considerando que artes marciais em filmes na maioria das vezes são exageradas, e para aqueles de primeira viagem, pode parecer que o filme se resume a isso. Os primeiros 15 minutos são nada menos que mímicas da primeira cena do desenho animado; para aqueles que já conhecem a história, tudo bem, mas para o novo público, a passagem para os diálogos é muito bruta e apresenta a complexidade da história muito rapidamente.

Porém, após isso, uma narrativa aparece para mostrar ao publico o que está acontecendo e em que devem se concentrar. M. Night tenta passar toda a informação anterior sobre a história dos elementos e tudo mais e, incrivelmente, não confunde os recém-chegados, o que torna um ponto positivo. Ponto negativo, as transições de mudança de localização da jornada de Aang poderiam ter sido trabalhadas melhor.

A atuação no filme não é tão ruim quanto a crítica e os fãs que se dizem hardcore e vivem em um mundo de fantasia, onde filmes devem perfeitamente descrever um livro ou série animada no mundo real, fazem parecer ser. Claro que não foi um trabalho digno de receber um Oscar, por exemplo, mas os atores fizeram bem seus papéis com as simples personalidades; e uma vez que é uma adaptação do Livro 1: Água, e você verdadeiramente assistiu ao desenho, você sabe que os personagens não eram tão fascinantes como após o desenvolvimento extremo que tiveram nas segunda e terceira temporadas.

Para os vilões da história, a Nação do Fogo, que consiste no Senhor do Fogo, o General, o Príncipe e seu tio, são todos atores com um bom histórico, e ofereceram para o filme um trabalho maravilhoso, e foi perceptível a tentativa de M. Night de tornar a história desse lado mais obscura. E quanto ao ator de Aang, há algo nele que destaca — sua presença ou suas habilidades em artes marciais, talvez? Para quem não sabe, o personagem de Aang foi escolhido com base em suas habilidades.

Há quem esqueça também dos menos creditados: o trabalho realizado com o figurino foi de chamar atenção; mesmo fugindo do padrão apresentado no desenho, tornou-se um dos grandes destaques do filme. Podemos incluir também no mesmo barco as locações selecionadas, que vão desde os EUA até a Groenlândia e Vietnã.

Os efeitos desse filme é de alto nível, e é diferente em comparação aos filmes do mesmo ano, mas sim, por muitas vezes a atuação não encaixou bem. Não há como falar dos efeitos como um todo, pois tivemos momentos muito bons, como Aang dominando a tsunami, e outros ruins, como o combate de dominadores de terra e fogo na aldeia onde os dominadores de terra eram proibidos de manipular seu elemento. A versão 3D é apenas uma tentativa ruim para conseguir mais dinheiro. Sua trilha sonora 5 estrelas foi composta por James Newton Howard, e foi destaque de vendas na Amazon e iTunes Store por mais de 12 semanas; você pode encontrar seu trabalho em grandes filmes como Jogos Vorazes, Malévola, Branca de Neve e o Caçador e Salt.

Qual a conclusão afinal? A tentativa do diretor de encaixar o mundo de Avatar no nosso mundo não deu muito certo. Acredite ou não, a mudança de raça dos personagens foi uma ideia de trazer o universo de Avatar para o Planeta Terra. Mas porque o filme é considerado por muitos tão ruim? Avatar tem um história enorme para ser explorada, e transformar 20 episódios de meia-hora em 2 horas não é uma tarefa fácil; para aqueles mais exigentes que esperavam ver o Haru e sua aventura com Katara na prisão, a cigana prevendo o futuro do trio, a Suki e suas guerreiras, relevem a necessidade desses momentos para a primeira temporada — são temas que se tratam de curiosidades ou profundamente explorado nas outras temporadas.

A exigência dos fãs pode ter estragado o filme, mas a essência da história está toda lá: a força, pureza, independência, honra e coragem. Vamos esperar menos?

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